O mundo já entendeu a urgência de caminharmos para uma economia de baixo carbono. A maioria das empresas reconhece a necessidade de convergir negócios e responsabilidade social, ambiental e governança.
A preocupação é evidente: a última década teve o maior crescimento de emissões de gases de efeito estufa (GEE) da história. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) 2022, as emissões precisam parar de crescer em 2025 e depois cair 43% até 2030 para termos 50% de chance de estabilizar o aquecimento global em 1,5 °C, como determina o Acordo de Paris. Como as empresas podem avançar nessa agenda?
O ideal é que cada organização avalie e estabeleça prioridades de acordo com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), levando em conta sua atividade. Outra questão é como estabelecer metas, medir e avaliar se os esforços estão sendo suficientes. Essas são perguntas que precisam ser respondidas individualmente, por cada organização, e coletivamente, por meio de entidades representativas.
A colaboração e a inovação são fatores aceleradores para que todos os setores da indústria possam avançar na agenda da sustentabilidade, gerando negócios prósperos bons para a sociedade e o meio ambiente.
Mudanças de ordem estrutural precisam ser estabelecidas. Ao mesmo tempo, é importante valorizar e incentivar também pequenas evoluções em cada área de negócio, cada projeto, desde sua concepção, e a atitude de cada colaborador. Essas porções de mudanças, quando somadas, fazem a diferença no todo, na cultura da empresa e no desenvolvimento sustentável do planeta.
Trago como exemplo um projeto socioambiental que deu nova função a 2,5 milhões de unidades de embalagens plásticas, direcionadas à construção da segunda escola sustentável da ONG Mangalô, no Tatuapé (SP). Os números impressionam: gerou 95% menos resíduos, emitiu 90% menos CO2 e utilizou 90% menos água em comparação à construção civil tradicional. Por meio desse projeto, ainda em fase de implementação, será possível evitar descartes no meio ambiente e promover a economia circular plena, pois os produtos oriundos desse material podem ser reciclados inúmeras vezes ao final da vida útil.
O caminho dessa transformação passa por: colaboração, inovação e investimento em uma governança corporativa eficaz, transparente e bem estruturada, que ajude a monitorar planos de ação; indicadores de performance; e continuidade das ações de sustentabilidade, conectadas à estratégia da companhia e dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
Vamos juntos e juntas avançar nessa prática?
*Cristiana Xavier de Brito é Diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade da BASF para a América do Sul.
O artigo foi publicado na Revista Indústria Brasileira.
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